História Pokémon: The World Champion (Interativa) (Vagas Abertas) (2024)

[União Pokémon/ 19 de Novembro/ 13h da Tarde]

—Já começou? — indagou Cynthia ao sentar-se lado a lado com Íris, na arquibancada do Estádio Ruína Celeste. Ela carregava nos braços um suporte de papelão, com vários sorvetes nele. Pouco a pouco, os Campeões e as crianças que acompanhavam Alder pegavam um.

—Ainda não. — respondeu a Mestra de Dragões.

—É… Senhora… — A Campeã de Sinnoh escutou a voz, mas não associou o chamado a ela, até que ele se repetiu e a loira virou-se. Atrás dela havia uma mulher muito menor que ela, de cabelo rosa e ao seu lado um homem alto, maior que Cynthia. — Será que a gente pode trocar de lugar? Você é muito alta, não consigo enxergar nada por trás de seus cabelos. Por sinal, eles são muito lindos.

—Ah, muito obrigada. — A troca de lugares foi feita em poucos segundos. Eles eram poucos no Estádio Ruínas Celestes. Não chegavam a duas dezenas. Tanto Alder, quanto Lance estavam em pé. O Campeão de Kanto e Johto, ao lado de Diantha. — Só não precisa me chamar de senhora, ainda estou novinha.

—Ai, amiga. — disse Wallace. — Você já tá velha sim, se a Íris já tem idade pra ser vó, o que lhe restou.

—EI! — Íris encarou o Amante da Água. — Eu não tenho idade pra ser vó!!

—Não leve as coisas que Wallace diz a sério. — comentou Steven.

—É muito rude falar sobre a idade de uma dama. — disse Diantha.

—A verdade machuca, né? — Lance provocou e foi fuzilado pelos olhos da Campeã de Kalos.

—Não liguem pra o que eles estão falando. — comentou o Campeão de Alola. — Vocês estão muito bem, apesar da idade.

—Uau. — Íris levou a mão à testa, incrédula. — Foi desse jeito que você conseguiu a Serena? Que charme sem igual, hein.

—LEMBREI!! — gritou, empolgada, a mulher de cabelos rosas. — Quer dizer, eu acho. Vocês… São os Campeões, né? Tipo, os Campeões menores, porque o maior é o Gray.

—Campeões menores? — indagou Lance, com uma fa*gulha de irritação surgindo em sua testa. — É muito fácil para esse Gray se chamar de o Maior Campeão, do dia pra noite.

—Bom, ele é o maior vencedor de batalhas oficiais da história. Isso significa alguma coisa, né? — A rosada olhou para o Mestre dos Dragões. — Não queria te deixar magoado.

—Ele não sabe o que fala. — disse Diantha. — Sim, nós somos os Campeões. E você, quem é?

—Eu sou Lily Blusky, professora de evolução. — A rosada cumprimentou a Campeã de Kalos com um aperto de mãos animado. — E esse — Ela apontou o homem alto. — É meu marido, Trent Turner, professor de creche.

—É bom estar na presença de outros educadores. — disse Geeta, que estava o mais calada possível. Era mais nova que os outros Campeões e não queria soar desrespeitosa.

—Vocês… — Leon pôs a mão no queixo. — São os últimos dois Desafiantes, não?

—Sim, somos! — Lily respondeu com empolgação. — Mas não somos fracos! Eu mesma já ganhei do Grande Campeão Gray… Uma vez… Ele tava gripado no dia, mas eu ganhei!

—Assim eles vão mesmo achar que somos fracos. — Trent riu fraco. — É um prazer tanto para mim quanto para minha esposa estar junto de vocês.

—Vamos batalhar depois! — Leon incendiou-se. — Charizard está ansiando por uma boa batalha!

—Meu Blastoise não daria chances pro seu Charizard. — Trent sorriu orgulhoso. — Seria muito fácil.

—O qu…

—Silêncio, pessoal. Começou. — Cynthia apontou para o interior do Estádio Ruínas Celestes. Os dez Pokémon estavam em posição, cinco em cada base e um grande cronômetro holográfico surgiu, mostrando dez minutos. — Vejamos.

[Estádio Ruínas Celestes]

À esquerda dos treinadores que estavam no observatório e à direita do pessoal na arquibancada estava o time amarelo, o Time Instinto. Logo, do outro lado estava o time vermelho, o Time Valor. Treinadores de ambos times estavam juntos e misturados no observatório, começada a batalha, não havia mais nada que eles pudessem fazer, além de torcer. Poderiam fazer alguns chamados, como treinadores de futebol, mas dificilmente os Pokémon na arena escutariam.

O Time Instinto era composto pela Ralts da Hina, Torchic do Toya, Chimchar do Johnn, Froakie do Elijah e o Gimmighoul de Phillip. Seus oponentes eram, Turtwig, Dratini, Squirtle, Sprigatito e Kubfu de Gaia, Raiden, Suzumiya, Cassie e Hasashi, respectivamente.

O cronômetro começou a correr.

—Bora, pessoal! — gritou Hina no momento que os dez Pokémon se dirigiram às suas rotas.

Ralts e Gimmighoul batiam de frente contra Dratini e Turtwig. O Pokémon Fantasma não conseguia dar um passo na direção do aro adversário sem ser imediatamente combatido pelo Pokémon de Gaia. Dratini e Ralts se mantinham em um jogo à parte enquanto suas duplas se mantinham em uma grande confusão. O Dragão e a Psíquica derrotavam Bunnelby, acumulando pontos e forças para evoluírem o mais rápido possível. Houve uma breve disputa por um Indeedee, mas ambos não se comprometeram completamente com uma luta.

Enquanto na rota inferior Gimmighoul se escondia dentro dos matos para não ser encontrado pelo Turtwig, na rota oposta Chimchar e Torchic não paravam um segundo sequer de trocar golpes contra Squirtle e Sprigatito. A briga desenfreada, apesar de incessável, não parecia próxima de sua conclusão, até que, no exato momento que um grupo de Swablu, acompanhados de um Altaria, surgiram em meio ao combate, os dois Pokémon que estavam derrotando Selvagens na selva apareceram. Ambos já haviam evoluído. Froakie era agora um Frogadier e Kubfu era um Urshifu Estilo Golpe Fluido.

O Pokémon Sapo Bolha ocultou-se em meio a uma cortina de fumaça e lançou bolhas contra a dupla da rota superior. Urshifu se lançou à frente de seus companheiros em uma cabeçada, bloqueando o golpe de Água. Não demorou para ele mesmo armar o seu ataque. Avançando contra o trio adversário em uma sequência de chutes e socos rápidos, torrenciais e ilegíveis. Chimchar e Torchic não recuaram. Com socos e bicadas buscaram fraquezas no estilo de luta do Lutador, mas o Kung Fu não dava brechas para ser atingido. Ele bloqueou todos os ataques e por fim segurou os dois Pokémon de Fogo. Aproveitando o momento, a Squirtle de Suzumiya lançou um jato d’água nos flamejantes e Sprigatito lançou-se para fora do mato em que estava.

Chimchar e Torchic foram nocauteados.

[Observatório]

—Apareceu na hora certa! — falou Cassie animada, colada ao vidro do observatório.

—Ainda bem que nossa ideia funcionou. — disse Suzumiya, testando a personalidade de seus colegas. Eles acenaram positivamente, com exceção de Gaia, e a garota de Lavander julgou que eles eram pessoas tranquilas.

—Se o resto da partida for como imaginamos, será fácil. — afirmou Hasashi, de braços cruzados.

—Não zika. — comentou Raiden.

Mesmo com o ânimo de seu time, Gaia continuava calada, concentrada nas ações de seu Turtwig na rota inferior. Até então, ele estava fazendo exatamente o que fora instruído.

—Cadê o Frogadier?! — indagou Toya. — A gente ganhava com ele.

—É preguiçoso igual ao treinador, pelo visto. — falou Johnn.

—Pior que não. — Elijah bocejou. — Ele é esperto igual ao treinador. Frogadier entendeu, instintivamente, que daria tudo errado.

[Estádio Ruínas Celestes]

O Pokémon do ruivo voltou para a sua área central. Urshifu imediatamente desceu. Na rota inferior, Ralts já era uma Kirlia, porém, apesar da força advinda da evolução e do companheiro Gimmighoul, pouco ela conseguia fazer. Dragonair e Grotle pressionavam a dupla adversária incessantemente. Quando o Pokémon Kung-Fu chegou, ambos recuaram.

Como havia sido instruído, Grotle continuou indo atrás do Fantasma de Phillip. Acabou indo longe demais. Próximo dos campos da selva de Frogadier. O Ninja não perdeu tempo ao ver a brecha, atravessou o Pokémon de Grama com uma onda d'água, na qual se pôs na crina, e depois desferiu um golpe com uma kunai de água. Nocauteado, Grotle foi mandado de volta para a base.

[Observatório]

—Ele não deveria ter ido tão longe. — Hasashi falou, sem tirar os olhos da arena.

—Se quer falar algo para mim, olha em minha cara. — Gaia estava mais irritada, de braços cruzados e batendo um dos pés no chão.

—O que você mandou seu Turtwig fazer na batalha? — Hasashi virou-se para a garota do deserto. — Nós formamos um plano de ação, com espaço para improviso e todos concordaram. Você concordou. Então porque seu Pokémon está na área de lentidão entre os gols, sozinho, correndo atrás de um Gimmighoul, no exato momento em que o Regirock surgiu? Não me diga que isso é uma jogada improvisada, você não parece estúpida a esse ponto.

—Grotle está anulando os dos inimigos, se cada um anular o seu, nós ganhamos. — Gaia fuzilou Hasashi com os olhos. — Mas acho que é esperar muito. Vocês são patéticos, lógico que os Pokémon também vão ser.

—Como é? — Hasashi deu um passo à frente. Cassie e Raiden imediatamente se colocaram no meio daqueles que estavam discutindo.

—Você não tava indo pra cima de uma garota, né cara?— indagou Raiden.

—É claro que não. — Hasashi bufou. — Só parece que algumas pessoas aqui não estão levando isso a sério.

—Vou ter que concordar com ele, lindinha. — falou Cassie à Gaia. — Você é melhor que isso. —A treinadora do Sprigatito aproximou a boca do ouvido da Platinum e sussurrou: — Eu sei que o Phillip é irritante, e charmosinho, não nego, mas não deixe ele entrar na sua cabeça.

—Sai de perto de mim. — Gaia tentou empurrar Cassie, mas ela era muito mais forte graças à rotina de academia. Ela própria se afastou da garota do deserto.

A poucos metros da discussão, Johnn a observava com o canto de olho, ao lado de Suzumiya, sua adversária.

—O que está olhando? - perguntou a garota.

—O climinha do teu time tá uma bosta, hein?

—Bom… Acho que sim. Eu não conheço eles, mas a menina morena, ela é bem… Brava.

—Ela parece ser mesmo. Só o Phillip consegue ficar perto dela. —Johnn respirou fundo. — Dito isso, caguei total. E desejo profundamente que o caos seja instaurado no teu time. Afinal de contas, essa partida já tá ganha. Que venham as próximas. Serão tão fáceis quanto essa.

—Que convencido.

[Estádio Ruínas Celestes]

Sem Grotle ao seu lado e com a repentina chegada de Greninja e o recuo de Urshifu, Dragonair precisou ficar na segurança de sua área de gol. Aproveitando a vantagem numérica, Gimmighoul, Kirlia e Frogadier partiram para o enfrentamento do Regirock surgido na clareira ao sul. Enquanto isso, ao norte, Combusken, Monferno, Floragato e Wartotle brigavam pelo domínio da rota superior.

[Arquibancada]

—Ninguém vai se perguntar porque tem um Regieleki e um Regirock aqui? — indagou Cynthia.

—Essas coisas de Pokémon lendário costumam ser o seu hobbie. — respondeu Íris. — Não teria graça roubar isso de você.

—Você é uma gracinha mesmo. — A Campeã de Sinnoh fez um cafuné na Mestra de Dragões, que ficou de bochechas vermelhas. — De fato é minha área. Mas então, alguma hipótese?

—São Ditto! — respondeu Lily, colocando o rosto entre Cynthia e Íris. — Todos os Pokémon na arena são Ditto.

—Faz sentido. — disse a arqueóloga. —Então eles já estiveram perto dos Pokémon lendários em questão?

—É… Não exatamente. Eu não sei explicar esses armengues que o Luke faz.

—Eu posso tentar. — Trent interferiu. — Ele treinou os Ditto através de gravações e simulações. Alguns programas de computadores também, quase como jogos. Por isso esses Ditto não são tão poderosos, eles basicamente só replicam o exterior e usam ataques parecidos com o dos lendários, nada perto do nível deles. Com exceção do Rayquaza, o professor inicial daqui de Sanvice tinha um Rayquaza, então ele pôde ver bem de perto.

—Um Rayquaza? Outro Rayquaza ou o mesmo? — perguntou a loira.

—Eu só conheço um. — respondeu o vigésimo quarto Desafiante. Cynthia imediatamente encarou Wallace.

—Desde o último bafafá entre o Groudon e o Kyogre que ele resolveu, nunca mais vi o bonitão. — disse o Artista da Chuva.

—Então pode ser o mesmo. — concluiu Cynthia.

—EM PALDEA TEM OUTRO RAYQUAZA! — Uma voz rasgou o céu, vindo da entrada da arquibancada. Era Nemona, esbaforida. — Quase que perdi o evento! — Tomou fôlego. — Eu vi um treinador apto a batalha por perto, mas não tava tão perto, vi errado na Pokédex e andei uns 10 quilômetros e aí vi a hora e tava quase na hora do evento começar! Vim correndo! Ainda bem que fiz muita cardio com a menina maromba e o Diego! — Nemona passou rapidamente os olhos pelo pessoal na arquibancada. — OS CAMPEÕES! NÃO CREIO! — A jovem tirou uma Pokébola do bolso. — VAMOS LUTAR!

—Nemona, o evento. - falou Geeta, graciosamente.

—Ah, é verdade. — Nemona se acalmou. — Oi, pessoal. Eu sou Nemona. Campeã de Paldea.

—Prazer em conhecê-la. — Cynthia cumprimentou. — Não quero parecer rude, mas você falou sobre outro Rayquaza.

—Sim. Tem um em Paldea. Ele é cinza. Qual o nome do pivete que treina ele mesmo? — indagou à Geeta.

—Roy. — respondeu a professora. — Acho que tudo isso pode ser conversado depois. — Geeta apontou para a arena. —Parece que algo interessante vai acontecer.

[Estádio Ruínas Celestes]

O Regirock foi derrotado. Com isso, Kirlia evoluiu e tornou-se uma Gardevoir. O trio que permanecia na rota inferior não perdeu tempo. Para a surpresa do Time Valor, eles atacaram a área do gol.

Um pequeno círculo surgiu abaixo do aro dourado, ele não parecia ter um fim e se expandiu, além de atrair tudo para o seu centro. Era um buraco negro. Uma singularidade. Grotle e Dragonair tentaram fugir, mas foram atraídos para o centro por uma força a qual eram incapazes de compreender. Gimmighoul, após tanto ser perseguido pelo Pokémon Terrestre, lançou sua moeda contra ele e Greninja fez aquilo para o que um ninja era treinado. Finalização. Lançou uma bomba de fumaça sobre os adversários presos no buraco negro criado por Gardevoir e, sem que pudessem o ver, os atravessou surfando grandes ondas. Quando a fumaça e a singularidade se foram, não havia rastro de Dragonair e Grotle. Ambos foram nocauteados e estavam na base.

Gardevoir e Greninja pontuaram, destruindo a área de gol que já estava danificada e em seguida se encaminharam para a rota superior. Gimmighoul os seguiu, coletando todos os pontos que via pelo caminho, esses que desapareciam.

O Time Valor se adiantou à rotação do trio vindo da rota inferior. Todos os cinco Pokémon apareceram ao redor do Regieleki, Torterra foi o último a chegar, após evoluir depois de derrotar os Baltoy da selva.

Confiante na vantagem numérica, Meowscarada avançou. Seu corpo, em um piscar de olhos, surgiu entre Blaziken e Infernape, envolto por uma tempestade de folhas cortantes. Os dois Lutadores partiram para cima do Pokémon Mágico, esse desfilava calmamente, com um sorriso no rosto, enquanto recebia os ataques, até que, como em um truque de mágica, desapareceu com suas folhas. De trás da folhagem saiu Urshifu com um chute pronto. Blaziken era o seu alvo, que ergueu sua perna e bloqueou o ataque, o Kung-Fu deslizou agilmente para o lado armando outro ataque, Infernape adiantou-se e agarrou a perna do adversário.

A Blastoise de Suzumiya agiu imediatamente. Lançou uma onda na direção de seu companheiro que estava sendo atacado. Infernape saltou para trás e Blaziken para o lado. Urshifu saiu ileso das águas e partiu novamente para o ataque. Socou em frente, mas sua mão bateu em algo. Não era nenhum Pokémon. Uma bomba de fumaça estourou ao seu redor. Greninja, Gardevoir e Gimmighoul chegaram. O Dragonite de Raiden não hesitou em agir. Bateu suas asas e colocou-se em meio aos adversários, com o foco na Pokémon Fada. O Pokémon Fantasma de Phillip, perdido em meio a confusão, fez a primeira coisa que lhe veio à cabeça. Lançou sua moeda contra o Torterra de Gaia, que paralisou.

Infernape deu um salto e enfiou-se na terra. Urshifu correu para tentar pegá-lo, mas Blaziken interrompeu e contra-atacou. Chamas surgiram ao redor de seu corpo e o orbitaram enquanto ele avançava contra o Kung-Fu. Buscou um soco, Urshifu deu um passo para trás, no mesmo movimento desviou do ataque e ganhou distância para chutar. Blaziken rolou por baixo do golpe e ergueu-se imediatamente após com um chute de sola para cima pronto. Acertou o queixo do Pokémon de Água, que tombou para trás. O Pokémon de Toya teve o mesmo destino assim que a Blastoise lhe acertou com um jato duplo e imenso de água.

Caído no chão, Blaziken viu Urshifu se recuperando e voltando à luta, ao lado da Pokémon do mesmo tipo. Olhou para o lado e viu Gimmighoul sem saber para onde ir. Torterra estava se aproximando. Gardevoir estava com problemas. Ela lançava suas rajadas psíquicas contra o Pokémon Dragão que a perseguia, mas ele desviava facilmente batendo suas asas e alcançava pontos cegos da Pokémon Fada. Dragonite parou brevemente, carregou uma energia clara em sua boca e disparou um raio contra Gardevoir. Tal ataque não atingiu a Pokémon. Ele explodiu contra Meowscarada, que fora repentinamente lançada na frente do hiper raio. Era um clone, que Greninja jogou para defender sua companheira. Ele estava sendo perseguido em meio à mata pelo Pokémon Mágico, que chegava cada vez mais próximo.

Ao pular sobre um muro de pedra, Greninja se deparou com Meowscarada, olhou para trás e não viu seu perseguidor, puxou sua kunai de água e atacou. Era um clone. Explodiu em sua frente e, mais rápido que um piscar de olhos, o Mágico apareceu. Para o seu azar, ele não estava sozinho.

O chão da rota superior e seus arredores superaqueceram. Partes da terra derretiam, se tornando praticamente magma. Buracos começaram a surgir e grandes línguas de fogo saíam dele como vulcões em erupção. De uma dessas explosões, saiu o Infernape de Johnn. Ele acertou um soco flamejante no Meowscarada de Cassie, que foi nocauteado.

Imediatamente, Infernape se enfiou dentro do chão outra vez e surgiu dessa vez ao lado de Gardevoir. Ele acertou um chute que deixou Dragonite em chamas, esferas de energia psíquica surgiram acima do Dragão e caíram sobre ele agressivamente. O golpe final foi uma cabeçada tomada por fogo vinda de Infernape, que continuou sem parar.

O Pokémon de Fogo interrompeu o avanço da Blastoise e Urshifu, Blaziken se juntou à luta. Os dois Lutadores se aproveitaram da falta de velocidade da Pokémon de Água e se lançaram contra Urshifu. Antes, ele conseguiu acompanhar os movimentos de ambos adversários de Fogo, entretanto, Infernape estava mais ágil. Mais veloz. Mais imprevisível. Por isso, o Kung Fu não notou o seu próprio erro, que deu espaço para Blaziken acertá-lo no peito, com um chute duplo. O Pokémon de Água foi lançado para trás, ficou sem apoio para os pés, virou-se no ar e tentou encontrar o chão, mas Infernape chegou até suas costas antes, em um piscar de olhos, atravessando jatos de água da Blastoise.

O Pokémon de Johnn acertou as costas de Urshifu e sua trajetória mudou abruptamente. Foi lançado na direção de Blaziken. O Pokémon de Toya estava com uma das pernas erguidas, carregava energia flamejante. O Kung Fu se aproximou e Blaziken explodiu o chão abaixo dele com o pisão que estava preparando. Uma verdadeira erupção flamejou o corpo de Urshifu, que foi nocauteado. Blastoise caiu logo em seguida.

De repente, a situação que se desenhava como terrível para o Time Instinto, se tornara uma vitória magistral. Ou se tornaria, com a derrota de Torterra. O Pokémon Continente ergueu as patas dianteiras, alcançando quase dois metros de altura. Blaziken e Infernape viraram-se na direção do Pokémon de Gaia, mas não tiveram tempo para alcançá-lo. Torterra bateu suas patas contra o solo utilizando de força descomunal. Um tremor de terra, cuja magnitude ultrapassou os medidores da anfitriã Karen, tomou o Estádio Ruínas Celestes por inteiro, destruindo terra, criando fendas, fossas, buracos, obeliscos e arremessando destroços para todos os lados. Blaziken, Gardevoir, Greninja e Infernape foram atingidos pela destruição do terremoto. Por seu tamanho e seu ímpeto natural para fugir, Gimmighoul conseguiu esquivar de tudo que foi em sua direção, porém não escapou dos olhos de Torterra. Com oito Pokémon nocauteados, esperando o tempo necessário para retornar ao combate, Gimmighoul e Torterra eram os únicos aptos à batalha na arena.

O Continente e o Caçador de Moedas se encararam brevemente. As pernas de Gimmighoul tremeram e as pernas de Torterra se moveram na direção do adversário. O Pokémon Fantasma correu desesperado, abaixou-se para evitar um pedregulho que o esmagaria e em seguida lançou-se para dentro de um buraco ao ver Torterra se aproximando. O Continente tentou abocanhar o pequenino Fantasma, mas ele estava muito fundo. Torterra não parou e Gimmighoul encontrou uma janela para fugir. Pulou através do fio de abertura e alcançou o casco do Continente, rapidamente escalou a grande árvore e pulou em um dos obeliscos que subiram do solo graças ao terremoto. Gimmighoul foi até o topo do monumento de terra e foi obrigado a jogar-se para fora dele assim que Torterra o destruiu em uma cabeçada.

No local em que fez o pouso improvisado e atrapalhado, Gimmighoul se viu em meio a todas as Energias Aeos deixadas para trás por seus companheiros derrotados. A energia responsável pelas pontuações, para Gimmighoul eram moedas e seu instinto falou mais alto. Assumiu sua forma de baú e pegou todas as moedas para si. Torterra chegou até o Pokémon Fantasma e pisoteou. Nada encontrou. Abaixou de seu corpo, surgiu um brilho dourado e o que surgiu frente ao Torterra era puro ouro. A Entidade do Ouro, Gholdengo, tinha uma postura muito diferente de sua forma predecessora. Era despreocupado, confiante, um pouco marrento e sorriu para o Pokémon de Gaia. Luz dourada envolvendo o corpo do Pokémon de Aço e pouco depois, uma explosão áurea se espalhou, criando e lançando moedas para todos os lados. O Continente fora atingido em cheio e nocauteado.

[Observatório]

—BOA!! - Hina Kaede deu um grito e puxou Phillip para um abraço. — ELE EVOLUIU E GANHOU A LUTA!! É ISSO!!

—Ele evolui… Com dinheiro? — Phillip arqueou uma das sobrancelhas. Se ele soubesse disso antes, seu Gimmighoul já teria evoluído.

—Pelo visto sim. — comentou Johnn. — Mas e aí, geral vai fingir que não viu o Infernape do pai descendo a porrada em todo mundo?

—Infernape também foi incrível! — falou Toya. — Ele e meu Blaziken têm uma super sincronia.

—Seu Greninja também foi ótimo, Elijah. —comentou Hina.

—Ele fez apenas o que um ninja faria. — O ruivo se afastou da glória. — Podem ficar com os louros, eu dispenso. — Ainda que tenha feito a escolha de se manter longe dos elogios, Elijah não os tirava de seu Pokémon. Estava orgulhoso do pequeno Froakie. Era um excelente companheiro, já sabia disso, mas dúvidas ainda pairam na mente do estilista, pois o Pokémon de Água era o novato do grupo. Sua breve performance no Estádio Ruínas Celestes, sanaram todos os questionamentos.

No outro lado do Observatório, a tensão no ar era palpável. Gaia encarou Hasashi e assim manteve-se, até o garoto quebrar o silêncio.

—Pode falar.

—Qual a sua desculpa agora? — Gaia cruzou os braços. — Torterra levou quatro sozinho e os Pokémon de vocês? — Hasashi ficou quieto. — Não se preocupe, eu respondo. Seus Pokémon estavam apanhando. Principalmente o seu, fizeram ele de bola de tênis.

—Seu Torreira chegou atrasado. — afirmou Hasashi. — Por causa do que ele fez antes.

—É claro que você ia culpar ele. Falei para não me atrapalharem e estão atrapalhando. Se quisessem mesmo ganhar, teriam me escutado.

—É tão difícil para você entender que isso é um trabalho em equipe?

—Eu vim aqui para ser a Campeã Mundial. É um cargo solitário. Não preciso de trabalho em equipe pra chegar lá. Preciso que me obedeçam.

—Garota, minha paciência com você acaba de ir pro ralo. — Cassie suspirou profundamente e levou uma das mãos à testa. — Desça desse pedestal antes que eu quebre ele na porrada. Já seria patético por si só falar com tanta prepotência que será a Campeã Mundial, mas na atual situação é ainda pior. Estamos perdendo, como um time. Não existe algo como uma única pessoa resolver. Você não deve acompanhar futebol, mas o melhor jogador da história, nascido em Galar, nunca conseguiu ser campeão com a seleção local. Paldea sempre teve um time melhor. Mesmo o maior jogador de todos, nunca conseguiu alcançar o ápice das seleções, pois seu time não era equilibrado. Pode parecer, mas ser Mestre Pokémon não é uma atividade individual. É algo tão óbvio. Você é estúpida se acredita nisso e é ainda mais boçal se acha que pode se comparar àqueles caras. — Cassie apontou para a arquibancada, onde estavam os Campeões regionais. — É um desrespeito tentar se colocar no mesmo patamar que eles. Você não é nada perto do que os Campeões viveram. — Cassie deu às costas e se dirigiu para a saída do Observatório. — Ponha-se no seu lugar.

[Estádio Ruínas Celestes]

Enquanto o clima tenso entre os membros do Time Valor se mantinha, a batalha continuou. A pressão do Time Instinto foi tamanha que os adversários não conseguiram aguentar. Por quatrocentos pontos de diferença, Instinto saiu com a vitória.

. . .

—Eu falei que a gente ia ganhar. — disse Johnn assim que os Pokémon retornaram do combate, de volta às formas em que estavam antes da luta. — E vamos ganhar de novo.

—Como consegue ser tão confiante? — Elijah pegou seu Froakie e colocou sobre sua cabeça.

—Alguém do time tem que ser, né.

—Pensei que esse era o meu papel. — comentou Hina ao mesmo que deu um abraço em sua Gardevoir. Vê-la outra vez como uma Ralts lhe fez lembrar de coisas incríveis. Phillip pegou seu Gimmighoul, o colocou dentro da pochete com moedas e saiu em passos rápidos. — Ei, onde está indo?

—Quero testar uma coisa. — O jovem Alexandrus respondeu já saindo do espaço onde estava o seu grupo. Instintivamente, todos o seguiram. Os quatro viram Phillip inserindo seu cartão no caixa eletrônico e logo depois incontáveis moedas passaram a ser ejetadas. O pequeno Pokémon Fantasma as pegava com fervor, não deixava nenhuma moeda escapar de suas mãos. — Acho que vai funcionar.

Depois de muitas moedas e minutos, o salão no qual estava o caixa eletrônico foi tomado por uma luz dourada, sem mais tardar, a Entidade do Ouro surgiu. Gimmighoul evoluiu. Era agora, Gholdengo.

—Funcionou! — Phillip sorriu ao ver sua ideia sendo bem sucedida.

—Mas nem fodendo. — Johnn protestou. — O Pokémon do cara evolui com dinheiro? E ele é rico! — A fala mais alta fez Phillip notar o grupo. — Tu tá roubando, hein, bonitão?

—Ainda bem que deu certo, ou seria só dinheiro jogado fora.

—Nada como as maravilhas do capitalismo. — ironizou Elijah.

—Já que a gente ganhou a primeira batalha — começou Hina. — Que tal pagar uma pizza pros amigos?

—As outras duas batalhas não vão ser agora? — indagou Phillip.

—Pois é, pensei que era também. — disse Toya, Johnn concordou com ele.

—É impressionante como vocês não prestam atenção nas coisas. É TDAH ou falta de vergonha na cara? — O ruivo viu um sorrisinho surgindo no rosto de Johnn com a pergunta e chegou na própria resposta. — Enfim, a robô disse que vão precisar arrumar a arena. Foi a primeira batalha de verdade nela e os danos foram muito grandes. Além do que eles esperavam.

—O terremoto do Torterra quebrou tudo mesmo. — disse Phillip, notavelmente impressionado com o poder do Pokémon de Gaia. — Bom, se estamos livres, eu posso pagar algumas pizzas.

—Valeu! — A garota de Sootopolis deu um abraço apertado no Alexandrus. — Meu charme nunca falha.

—Não tem nada a ver com isso. — falou Phillip.

—Calma, gostosona. Descansa um pouco. Vou querer strogonoff. — falou Johnn.

—Pizza de strogonoff? Quem come isso? — indagou Hina.

—Eu, melhor pizza. Qual é a sua sugestão?

—Mussarela.

—Tá de sacanagem. Pizza de queijo. Um queijo só. Tinha que ser mulher…

—Você não aguenta essa mulher aqui, não.

—É claro que não. Que mal gosto é esse pra pizza? — Johnn olhou para os outros garotos do grupo. — Né, não, Toya?

—Não sei dizer, sou mais dos doces.

—Não sou capaz de opinar. — falou Elijah, se colocando longe de qualquer complicação.

—Phillip, estou confiando em você. — disse Johnn, percebendo que seus companheiros estavam o deixando na mão.

—Então… Eu meio que gosto de pizza só com queijo também.

Hina deu uma alta risada e Johnn Theobald não soube onde enfiar a cara.

—Bom, eu já vou lá comprar a pizza, só quero fazer uma coisa antes. — falou Phillip, ele viu os olhares ardilosos de seus colegas de equipe e avisou: — Sério, não me sigam.

—Não vamos. Prometo. — A frase vinda de Elijah fez Phillip confiar de que ele honraria a palavra, por isso se retirou sem precisar olhar para trás. — Vamos deixar o Phillip em paz, pessoal. Ele está indo falar com a namorada.

—Como é a história? Ele tem namorada? O cara é rico e tem namorada? — Johnn cruzou seus braços. — Arceus tem seus favoritos. É a bravinha de terra?

—Sim. — afirmou Elijah.

—Eles são mesmo namorados? — perguntou Hina.

—Não… Ainda. Eu sei que serão.

—E de onde vem essa certeza? — novamente a garota de Sootopolis perguntou.

—Experiência. Posso dizer que eles vão acabar juntos.

—Experiência? — Johnn ergueu uma das sobrancelhas. — Tu não tem tipo… Dezesseis anos?

—Quinze. Já fiz muita coisa, não vem ao caso expô-las aqui.

Hina Kaede levou uma das mãos à boca.

—Tô chocada.

. . .

—Foi… Uma boa batalha. — falou Phillip, cuidadosamente, escolhendo cada palavra após muito tempo pensando.

—Fale por você. — Apesar de responder, Gaia manteve seu olhar focado no que estava fazendo. A garota não estava esperando passar muito tempo na União Pokémon, mas como problemas técnicos exigiram concerto, o evento teste duraria mais alguns dias, por isso, a jovem do deserto de Sinnoh estava arrumando suas roupas no armário. — Ter um time competente deve ser ótimo em uma disputa entre equipes.

—É… Pois é… Ainda bem que pra ser a Campeã Mundial você só depende de si mesma.

—É… — Gaia lembrou das palavras de Cassie e puxou um vestido azul de sua mala com raiva. — Ainda bem. — A garota se virou para Phillip e encarou profundamente. — Quem foi que te deixou entrar no meu quarto?

—A porta tava aberta, eu perguntei se podia entrar e vocês não falou nada… Então achei que…

—Uma suposição muito ousada. — Mais do que a raiva vinda da derrota, ou das palavras de Cassie, ou da própria presença do nobre da Casa Benedict, Gaia se incomodou intensamente com o desalinho da roupa de Phillip e rapidamente a ajeitou, deixando o jovem sem jeito. —Vai dizer o que veio fazer aqui ou tenho que te chutar pra fora?

—Olha só. — Phillip liberou seu Gholdengo. — Ele evoluiu. Seu Excadrill pode ter uma luta de verdade agora.

—Um Gholdengo. — Gaia apontou sua Pokédex para a Entidade do Ouro, pouco ela sabia sobre os Pokémon de Paldea. — Tipo Aço. Não seria uma luta de verdade. Um único terremoto derrotaria ele. — A garota guardou a Pokédex e voltou para a arrumação. — Já pode ir embora.

—Entendi… — Phillip suspirou. — Não tem nada que eu possa fazer mesmo, né?

Gaia parou.

—Do que está falando?

—Essa sua indiferença, você me odeia mesmo pelo que aconteceu no seu aniversário. — Phillip coçou a cabeça. — Eu pensei que podia fazer você ter alguma simpatia por mim.

—Ódio é uma palavra muito forte. — Gaia retornou à sua arrumação. — Por que isso importa? Eu não sei quem é você, você não sabe quem eu sou.

—Eu sei que você é sozinha. — A afirmação de Phillip fez Gaia parar tudo que estava fazendo. — E eu também. Até que estou me dando bem com o pessoal, eles são legais, mas parece que você não muito.

—Não preciso me dar bem com eles. Não foi você mesmo que disse? Pra ser Campeã eu não preciso de ninguém.

—Eu sei o que eu disse… É só que… Talvez você devesse tentar fazer alguma amiga, amigo. Sei lá, ficar sozinha não pode ser uma coisa boa. Depois do abraço pensei que eu poderia servir de ponte entre você e os outros, mas você me odeia mesmo… Eu acho.

—Se eu odeio ou não, do que importa? Esse evento vai acabar e nunca mais vamos nos ver.

—Eu não quero que você me odeie. Essa indiferença, esse desprezo, eu odeio isso. — Phillip foi firme. — Não sei lidar com isso. O jeito como você me olha, é a mesma cara que meus pais fizeram ao ver que meu inicial era um saco de lixo. Não quero isso de novo. Então, se tem algo que eu possa fazer, quero tentar.

—Não precisa tentar nada. Eu… E-eu… Eu não te odeio, beleza?

—Sério?

Gaia se recusou a responder. Havia falado demais, já estava arrependida, mas sentiu-se na obrigação de falar o que falou. Phillip compartilhou um pequeno fragmento de seu passado com ela, era algo importante para ele, a garota conseguia reconhecer isso. O mesmo garoto que correu atrás de tudo que era possível para tornar o aniversário dela melhor do que estava sendo, como um pedido de desculpas.

‘’Eu deveria pedir desculpas.’’ — pensou a garota de Sinnoh, porém ela era incapaz de atravessar o próprio orgulho para falar isso.

—Quer comer uma pizza? — Phillip perguntou. Gaia foi pega de surpresa. — Eu vou pagar.

—Tá… Vamos.

—O pessoal do meu time vai estar junto. Eles são de boa.

—A menina roxa vai estar?

—Sim.

—Eu não gosto dela.

—Ela é legal.

Em silêncio, a dupla saiu do quarto de Gaia. Os corredores da União Pokémon estavam vazios. Todos os trabalhadores convergiram para o Estádio Ruínas Terrestre, para dar um jeito na destruição causada pelo Torterra.

Na quietude, as palavras de Cassie martelaram a cabeça de Gaia com uma força que ela era incapaz de aguentar. Tinha que fazer alguma coisa.

—Acha que consigo ser a Campeã?

—Minha opinião importa?

—Só responde. É uma loucura pensar nisso, mas desde que comecei a levar a sério essa história de Mestre de Pokémon Terrestre, você é quem mais me viu lutar. Então só responde.

—Acho que sim. Sei lá, não é fácil responder isso. Pelo visto você sabe muito sobre seu tipo favorito e é muito dedicada, mas eu não sei o que é necessário para ser um Campeão. — Phillip sorriu. — É a primeira vez que eu piso fora de casa, sei muito pouco sobre quase nada. Ainda bem que tem um monte de gente por aqui pra me ajudar a entender melhor as coisas.

—É… Um monte de gente. —Gaia ruminou as palavras. — Você quer ser o Campeão?

—Sinceramente, não sei dizer. Eu tô começando a gostar desse lance de Pokémon, mas não sei se sou bom pra ser o Campeão.

—Que respostas mais sem graça.

—Eu sou sem graça.

Chegando na praça de alimentação o assunto morreu, Gaia sentou o mais longe que pôde de Hina. O fato da morena estar na mesa foi ignorado. Todos temiam receber uma resposta afiada da garota, por isso a deixaram em paz apenas comendo.

. . .

Os Campeões jantavam no mesmo salão que anteriormente almoçaram, desta vez com a companhia de Nemona e os dois Desafiantes de Sanvice. Cynthia estava mais ocupada em comer do que em sua questão inicial sobre o Rayquaza cinza, mas silêncio não era o que pairava sobre a mesa. Lily e Nenoma conversavam sem pausa. Em certo momento, a Desafiante começou a citar algumas coisas que aconteceram em Sanvice mais de uma década atrás, em sua primeira aventura. Todos pararam para escutar.

—Foi uma bagunça. — disse a mulher de cabelos rosas. — No dia que o pessoal de fora chegou pra começar a jornada, todos os Pokémon lendários do mundo, e até de fora dele, apareceram no porto. Do nada!

—Todos? — indagou Cynthia. — Tipo, todos, todos?

—Sim, todos! — Lily estava extremamente animada.

—Não eram todos. — Trent corrigiu. — Mas eram vários. Até hoje não sabemos quais eram reais. Fato é que um garoto, que fazia parte de nosso grupo, conseguiu controlar vários lendários extremamente poderosos, até mesmo alcançou uma Ligação de Batalha com o Giratina, mas no fim o próprio Arceus desceu e o apagou da existência.

—Que babado. — Wallace levou a mão à boca. — Pelo menos vocês ganharam, né?

—Sim. Tecnicamente sim. Arceus fez tudo. — disse Trent. — Nós só encurralamos o moleque mesmo.

—E esses lendários, sabem onde eles foram parar? — perguntou Cynthia.

—Mewtwo virou treinador. Mew às vezes aparece pra dar um oi. Júlio, um dos Desafiantes, capturou Yveltal, o Campeão tem um dos Tapu, o elétrico, creio eu. Deixa eu pensar… — Trent Turner pôs a mão no queixo. — Dialga e Palkia sumiram no tempo espaço. Giratina está sob contenção em algum lugar que só o pessoal do top dos Desafiantes sabe. O Rayquaza faz tempo que não vemos, acho que o professor local soltou ele. Groudon e Kyogre caíram e não os encontramos até então, existem expedições promissoras atrás deles, mas carecemos de vestígios concretos. Ho-oh apareceu também para reviver o Mewtwo e depois sumiu.

—Reviver o Mewtwo? — Lance ficou surpreso. — Como?

—Ele tomou um tiro. — respondeu Lily.

—Uau. — Íris foi para trás na cadeira. — As coisas por aqui foram loucas, hein?

—Em todas as regiões sempre há alguém tentando fazer o mal. — falou Diantha. — A função de um Campeão é impedir os maldosos e ajudar a futura geração. Foi o que fizemos, certo? — Todos concordaram — E continuaremos fazendo. A tal Equipe Carmesim, são familiares com ela?

—Sim, um pouco. — respondeu Trent. — Ninguém nunca viu o líder deles, mas pelo ideal do time e por algumas coisas que já vimos eles falando, provavelmente ele é da nossa geração. — O homem alto apontou para si e sua esposa. — A Rocket Demons, que aterrorizou Sanvice anos atrás, sim, o nome é tosco, queria fortalecer humanos ao ponto de sermos capazes de subjugar Pokémon na força. O líder queria nos dar super-poderes. Tentou alterar nosso DNA nos expondo à dimensões bizarras, nada aconteceu. Na verdade, uma amiga nossa ficou miope por causa disso. Os Carmesins também buscam fortalecer os humanos, mas como treinadores. Querem criar os treinadores mais incomparáveis de toda a história. Não sei bem de que jeito eles querem fazer isso, mas pelo visto explodir coisas é uma das formas.

—São problemáticos. — disse o Campeão de Kanto e Johto. — Esses com os objetivos mais pé no chão são os mais difíceis de lidar. Giovanni não era megalomaníaco como o Lysandre, mas isso não tornava o trabalho de pará-lo mais fácil. E bem, ele era um mafioso. Sequestro, roubo, mortes, tráfico. — Lance fechou o punho. — Será um prazer ajudá-los, Trent.

—É uma honra, senhor Lance. — O homem sorriu sem jeito. — Mas sabe, se vocês querem informações úteis de como enfrentá-los, devem encontrar com Edward Black, o líder do Time Aura.

—Vimos ele lutando contra o Campeão, parece um treinador muito forte! — disse Leon.

—Ele é. Tanto quanto é difícil de encontrá-lo. — falou Trent.

—Vocês aqui de Sanvice parecem ser… Como posso dizer? — Íris olhou para Cynthia.

—Exóticos?

—Quase.

—Extravagantes?

—Isso!

—Sim, somos! — disse Lily. — Olha só o que meu Charmander consegue fazer!

Na frente dos Campeões, o Pokémon de Fogo da Desafiante evoluiu para Charmeleon, depois para Charizard, em seguida para Mega Charizard X e em um piscar de olhos voltou a ser o pequeno Charmander.

A surpresa fez Wallace cuspir o refrigerante que estava bebendo na direção de Diantha, Lance rapidamente bloqueou o jato com sua capa.

—O que é isso? — O Artista da Chuva olhou para todos. — Que loucura é essa?

—IRADO!! — berrou Nemona. Geeta percebeu que seria inútil tentar acalmá-la.

—Então é assim que funciona o evento aqui na União Pokémon. — falou Ash.

—Verdade. Até que você é esperto às vezes. — falou Íris.

Lily Blusky recebeu uma enxurrada de perguntas. Não soube responder nenhuma, já que aquele era um estado natural de seu Charmander. Também foram feitos questionamentos sobre a Ligação de Batalha com o Giratina, além de Sanvice, apenas o Campeão de Alola era capaz de alcançar tal feito. Já em Sanvice, não só aconteceu com uma pessoa, como duas. Uma delas era um Desafiante, Sasha, um astro do rock, capaz de fundir sua mente com seu Typhlosion, formando Sasha-Typhlosion, uma explosiva evolução tipo Fogo e Dragão. Leon também lembrou de alguns boatos que falavam sobre um garoto ser capaz de utilizar Ligação de Batalha com seu Flygon em Galar, ele era um aventureiro, quase nômade, não tinha noção de seu paradeiro.

[União Pokémon/ 20 de Novembro/ 14h da Tarde]

O segundo embate da melhor de três entre Time Instinto e Time Valor fora tão destrutivo quanto o primeiro. A vitória foi do Time Valor, empatando a série. A grande mudança, decisiva para alcançar o triunfo, veio, ironicamente, do Time Instinto. O tempo que Gaia passou com Phillip e seus companheiros de time a fez repensar. Primeiro, de forma mais convencida, sem ousar descer do pedestal, a garota do deserto julgou que seria uma verdadeira desgraça perder para um bando de doidos sem nenhuma capacidade de pensar. Com exceção de Elijah, ela julgou que nenhum dos outros membros era a faca mais afiada da gaveta quando o assunto era inteligência. Afinal de contas, isso era o Time Instinto. Sem pensamentos, só faziam o que dava na telha, na emoção, no sexto sentido. Em segundo lugar, Gaia entendeu que, talvez, não fosse uma boa ideia criar brigas em seu grupo. Tudo que ela fez, foi se manter em silêncio e mandar seu Turtwig agir de acordo com o plano e com força e vontade.

O Time Instinto não teve chance na segunda batalha, nem na terceira. A disciplina e a força dos membros do Valor, eram imparáveis, incomparáveis. A improvisação do Instinto não conseguia confundir a determinação de seus adversários, apesar disso, os membros do Time Instinto não estavam desanimados, com exceção de Johnn.

—Ia ser uma vitória fácil, né? — Suzumiya se aproximou lentamente do Theobald. A cada passo que ela deu em sua direção, ele sabia que estava prestes a ser zoado.

—Vocês pararam de brigar. Assim é complicado. — Johnn deu de ombros.

—Com licença. — Karen interrompeu a dupla. — Senhor Johnn, comunique seu time que vocês batalharão outra vez, contra o Time Místico.

—E lá vamos nós.

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